quinta-feira, 6 de agosto de 2020

Cacos

Cacos de sangue e gotas de vidro
No chão e nos punhos fechados
Não havia olhos, tudo tão abstrato
Os pés rasgavam o piso e os medos
Não não sonhava acordado
Os cristais escorriam pelas maçãs
Encontravam se num rio
Desciam pelo ralo
Quantas histórias por contar
Nuvens tomavam forma
Ora um homem
Ora um desespero desperto
As fumaças misturam se no ar
Meu corpo que queima e o cigarro tragado
São etéreos esses delírios
Etílicos talvez
Dessas coisas que só sente quem tem um coração
Não desses carnais e inflamados
Mas um coração de vidro
Que é capaz de sangrar
Como os cacos do espelho quebrado.