Já era
tarde, ela saiu do banho sem se enxugar, encostou-se na mureta da varanda para
fumar um cigarro. Seu corpo bonito e úmido se misturava a penumbra, a brasa e a
fumaça davam a ela um ar de triste serenidade. Eis que uma mariposa, dessas que
voam buscando a luz, pousa em seu ombro. A moça que já levava a mão em direção
ao alado ser, com a intenção de o afugentar, fazê-lo ir procurar repouso em
outros ombros, outras varandas, se detém por um instante.
Ela percebe que o inseto com sua longa e espiralada língua, bebia de uma das gotas d'água que cobriam sua pele.
Observou.
Tanto ficou a olhar que nem se deu conta quando seu cigarro se apagou, após ter se queimando em vão. Cigarro cuja fumaça anestesiante para a alma nunca teve concluída sua função.
Tampouco ela percebeu que os minutos passaram, e seu corpo se secara com a brisa morna das noites ipatinguenses. Mas notou que o noturno animal permanecia em seu ombro, mesmo após ter sua sede saciada.
Ela, no entanto, continuava sedenta. Perguntava-se o que era pior, desperdiçar sua vida tentando criar asas ou observando uma mariposa. Que ainda sendo habitante dos ventos, livre como o ar, ali estava. Pousada em seu ombro.
por alguns segundos ela cochilou, despertando de súbito, se deu conta de que a sombria borboleta havia partido. Não existem muitas palavras que poderiam descrever o que sentia, ela não pensava em palavras. Teria que acordar em breve para trabalhar e nem havia dormido ainda.
O aperto em seu peito, causado pela efêmera presença daquele inseto…
Ainda lhe roubaria o sono por muitas outras noites.
Ela percebe que o inseto com sua longa e espiralada língua, bebia de uma das gotas d'água que cobriam sua pele.
Observou.
Tanto ficou a olhar que nem se deu conta quando seu cigarro se apagou, após ter se queimando em vão. Cigarro cuja fumaça anestesiante para a alma nunca teve concluída sua função.
Tampouco ela percebeu que os minutos passaram, e seu corpo se secara com a brisa morna das noites ipatinguenses. Mas notou que o noturno animal permanecia em seu ombro, mesmo após ter sua sede saciada.
Ela, no entanto, continuava sedenta. Perguntava-se o que era pior, desperdiçar sua vida tentando criar asas ou observando uma mariposa. Que ainda sendo habitante dos ventos, livre como o ar, ali estava. Pousada em seu ombro.
por alguns segundos ela cochilou, despertando de súbito, se deu conta de que a sombria borboleta havia partido. Não existem muitas palavras que poderiam descrever o que sentia, ela não pensava em palavras. Teria que acordar em breve para trabalhar e nem havia dormido ainda.
O aperto em seu peito, causado pela efêmera presença daquele inseto…
Ainda lhe roubaria o sono por muitas outras noites.
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